Para a fabricação dos tijolos ecológicos não há queima e nem extração de argila. Os produtos são feitos de solo e cimento, e curados com a própria luz do sol. O formato do tijolo lembra um brinquedo, com furos para a montagem da parede. O material traz economia para o consumidor, porque as obras desenvolvidas com este material ficam entre 30% e 40% mais baratas.  Pelos furos serem na vertical, também é possível passar a fiação da casa por dentro deles, o que também traz economia. A experiência desenvolvida dentro da unidade prisional foi apresentada na Rio+20.

Como destacou o subsecretário de Administração Prisional, Murilo Oliveira, além de benéfico ao meio ambiente, a produção do tijolo ecológico tem trazido novos horizontes para os 11 detentos que trabalham no projeto. “Mais que trabalho, temos, com esta experiência, uma capacitação de presos que poderão desenvolver este tipo de serviço quando deixarem a unidade. O trabalho e o estudo são pilares do nosso sistema prisional, que busca incessantemente a humanização da pena.”

O secretário de Defesa Social, Rômulo de Carvalho Ferraz, também ressaltou a importância dos trabalhos de ressocialização desenvolvidos por Minas Gerais, que tem o maior número de detentos trabalhando, proporcionalmente à população carcerária, do país. “Nossa política de ressocialização difere o sistema prisional mineiro dos demais do país. Esperamos que esta experiência da fábrica de tijolos desenvolvida em Uberaba seja expandida para outras unidades do Estado.”


3.500 tijolos por dia

fabrica de tijolos em uberaba1.jpgA inauguração da fábrica aconteceu nesta quarta-feira, mas ela já está em funcionamento desde o dia 17 de junho deste ano. Onze presos do regime semiaberto produzem entre 3.200 e 3.500 tijolos por dia, mas a expectativa é que a produção chegue a 5.000 unidades diárias, com a ampliação da mão-de-obra para 15 detentos. Pelo trabalho os presos recebem ¾ do salário mínimo e remição de pena (a cada três dias trabalhados, um a menos no cumprimento da sentença). “Estou muito feliz com a oportunidade de trabalhar na fábrica. Enquanto ocupo minha mente, estou apreendendo”, disse o preso Leandro Pereira da Silva.

De acordo com um dos sócios da Tijox, Carlos Nogueira, a empresa tem a intenção de ampliar a parceria com o Estado, que traz grandes benefícios ao meio ambiente. “A cada mil tijolos produzidos neste processo, oito árvores sobrevivem”.


Estudo e trabalho

Dos cerca de mil detentos da Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, cerca de 240 trabalham enquanto cumprem pena. Além disso, há mais de 200 presos estudando na escola da unidade. Assim como o trabalho, o estudo também gera remição de pena – a cada 12 horas de estudo, um dia a menos na sentença.

 

Crédito foto: Fernanda Leonel