A noite da última sexta-feira (26/4) foi de recomeço para dez egressos do sistema prisional e cumpridores de alternativas penais de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O grupo concluiu o curso de Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão, promovido pelo Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp) e pela Central de Acompanhamento de Penas e Medidas Alternativas (Ceapa), ambos da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

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Com carga horária de 192 horas/aula e três meses de duração, o curso qualificou os participantes para analisarem, quantificarem e realizarem instalação, reparação e manutenção elétrica predial de baixa tensão e em equipamentos de segurança e comunicação. A capacitação é fruto de uma parceria da Sesp com a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes).

Para a gestora social do Centro de Prevenção à Criminalidade (CPC) de Contagem, Fabiane Barbosa, oferecer qualificação profissional, especialmente para os egressos, é uma forma de contribuir efetivamente para a reinserção social e recolocação no mercado de trabalho. “A gente percebe que ainda há um preconceito com esse público na hora de conseguir uma oportunidade de trabalho. Qualificados, eles têm uma chance de ter uma ocupação de forma autônoma”, explicou.

A entrega do certificado de conclusão do curso foi realizada na noite da última sexta-feira, no auditório da Faculdade Una, em Contagem. Como forma de contribuir ainda mais para o trabalho desses formandos, todos foram presenteados com um multímetro – aparelho para medir e avaliar grandezas elétricas.

Durante a cerimônia, um dos formandos leu um texto escrito como forma de agradecimento pela oportunidade de fazer o curso. "Nós, que já estivemos à margem da sociedade, estamos dando um passo importante, quebrando paradigmas, estamos engatinhando na contribuição de uma sociedade melhor", disse.

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Os programas

O PrEsp visa garantir o acompanhamento de homens e mulheres que retomam a vida em liberdade após a experiência prisional, buscando favorecer o acesso a direitos sociais e promovendo condições para sua inclusão social. O programa articula parcerias junto a entidades públicas e privadas sem fins lucrativos, com o fim de sensibilizar e fomentar o acesso de pessoas egressas a direitos fundamentais como obtenção de documentos, assistência social, defensoria pública, tratamento para dependência química, etc. Além disso, o PrEsp também possui um processo de mapeamento contínuo de oportunidades para promover o acesso de egressos a cursos profissionalizantes e qualificação profissional.

Já a Central de Acompanhamento de Alternativas Penais tem como objetivo contribuir para o fortalecimento e a consolidação das alternativas à prisão no Estado de Minas Gerais, pautando ações de responsabilização com liberdade.

Texto: Poliane Brandão

Fotos: Divulgação/Sesp