Bloquetes produzidos por dez presos que cumprem pena na Penitenciária de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, começaram a ser instalados na cidade, em uma rua situada entre os bairros Taquara e São Benedito. Na fábrica, instalada dentro da unidade prisional, são confeccionadas cerca de 800 peças por dia, com a perspectiva de, em breve, aumentar a produção e também o número de detentos no chão da fábrica. A expectativa é de que mais cinco postos de trabalho sejam criados para dar conta da nova produção estimada.

Por enquanto, funcionários da prefeitura são os responsáveis pela colocação dos bloquetes, mas em breve isto também será feito pelos presos, após aprenderem as técnicas em um curso de calceteiro que será oferecido pela prefeitura. O termo de parceria com o Poder Executivo Municipal foi assinado há três meses e já apresenta resultados concretos. A prefeitura fornece cimento, pedra e areia, e adquiriu as duas máquinas necessárias para a produção dos bloquetes: uma betoneira e uma compactadora.

Os presos trabalham de segunda a sexta-feira em horário comercial. Eles não são remunerados, mas recebem remição de pena, ou seja, para cada três dias de atividades é reduzido um dia na sentença. Mateus Messias Souza tem 26 anos e é um dos detentos que participam da parceria. Ele acredita que esta oportunidade de emprego abrirá as portas quando ele estiver apto a reingressar na sociedade, já que terá profissão. “Me sinto valorizado como pessoa, e feliz por contribuir com uma atividade útil para a cidade”, diz o custodiado.

Para o diretor-geral da Penitenciária de Teófilo Otoni, Oseas Neiva, a parceria com a prefeitura tem um papel fundamental no processo de ressocialização dos internos, pela capacitação profissional e por oferecer uma atividade que traz benefícios visíveis para a sociedade. “Todos ganham: o município, os presos, os familiares e o sistema prisional”, reforça o diretor-geral.

 

Por: Bernardo Carneiro

Fotos: Divulgação Sejusp