O planejamento de segurança realizado pelo Governo do Estado para o maior Carnaval da história de Belo Horizonte resultou em queda da criminalidade durante os dias da folia e contou com a aprovação da população. Ao contrário de outros estados, o Carnaval de Minas Gerais seguiu em clima de tranquilidade.

O governador Fernando Pimentel destacou que a queda nos índices de criminalidade e o aumento na sensação de segurança nas ruas de Belo Horizonte e de outras 45 cidades mineiras que também receberam eventos foi possível graças à ação coordenada das forças de segurança do Estado.

“A Polícia Militar, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros trabalharam de maneira coordenada e proporcionaram um Carnaval que se destacou no Brasil inteiro pela segurança e tranquilidade, que foi a tônica em Belo Horizonte e no interior. Nós fizemos um planejamento antecipado do Carnaval e isso proporcionou que, quando começassem as festividades, a maioria dos possíveis problemas já tivessem sido equacionados”, avaliou.

Pimentel também reconheceu o envolvimento dos mineiros e mineiras com a folia, que foi destaque no país. “Em um momento de tanta intranquilidade social, num momento de tanto sofrimento - vamos usar o termo adequado - para o nosso país, Minas mostrou que é possível ter esse intervalo de alegria que o Carnaval proporciona a todos nós de maneira fraterna, de maneira distensionada. Eu acho que foi o exemplo que Minas deu para o país inteiro”, disse.

Resultado

O número de policiais militares nas ruas passou de 7 mil em 2017 para 8 mil neste ano, o que contribuiu para o aumento da sensação de segurança e para a queda de 30% nos furtos, principalmente de celulares. Enquanto no Carnaval de Belo Horizonte em 2017 foram registradas 1.470 ocorrências de furto em geral, em 2018, foram 1.030.

Os roubos também caíram de 682 registros em 2017 para 485 este ano. Já os crimes violentos - que englobam, além dos roubos, os homicídios tentados e consumados, estupros tentados e consumados, estupros de vulneráveis tentados e consumados, extorsões mediante sequestro e sequestros e cárcere privado – caíram 31%, passando de 715 no ano passado para 493.

Ainda de acordo com os números do balanço, 646 pessoas foram conduzidas ou apreendidas no período. Já os registros de tráfico chegaram a 96 ocorrências. A apreensão de armas de fogo foi 34% maior. Foram 31 em 2018 contra 23 no mesmo período de 2017.

Durante a apresentação dos dados da segurança pública, o major Santiago, da Polícia Militar de Minas Gerais, chamou a atenção para as estratégias usadas pela corporação neste ano, tendo em vista o aumento do número de foliões na rua.

“Foram mais de mil eventos e mais de 500 blocos na capital. Com o aumento da expectativa de público, nós também aumentamos o efetivo previsto em Belo Horizonte. Neste ano, foram mais mil policiais nas ruas, na comparação com o ano passado. A presença da Polícia Militar no início e no final dos eventos também ajudou a evitar e a controlar diversos conflitos. Esse acompanhamento, do início até a dispersão do evento, tornou-se uma estratégia importante para o sucesso do Carnaval deste ano”, reforçou.

Força da tecnologia

Quem acompanhou um dos maiores blocos de Carnaval no primeiro dia da folia na capital, o Então Brilha!, pôde ver a carreta do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) Móvel em atuação na Praça da Estação. O veículo é uma superestrutura tecnológica com câmeras que se elevam por 30 metros e alcançam até cinco quilômetros com imagens nítidas, visão térmica e noturna. Os blocos próximos da região Central foram acompanhados pelo CICC Móvel, mas também os distantes, considerando que as câmeras conseguem alcançar uma distância da Praça da Estação até a Praça da Bandeira, por exemplo.

A vigilância pelas câmeras possibilitou que policiais e equipes do município fizessem a abordagem de cidadãos e menores com armas brancas, desmantelassem ações de tráfico no meio da multidão, conduzissem pessoas com tornozeleiras sem permissão de circulação em determinado local, entre outras ações.

Reforço no interior

Por determinação do governador Fernando Pimentel, 45 cidades do interior com tradição ou previsão de festas de Carnaval com maior aglomeração receberam ações preventivas e reforço de policiamento em Minas Gerais. A Polícia Militar empenhou todo o efetivo do administrativo e colocou nas ruas militares ainda em curso, além de profissionais de unidades especializadas, somando 43 mil homens e mulheres. Já a Polícia Civil reforçou os plantões regionalizados e deslocou profissionais para cidades com grandes carnavais, como Ouro Preto, Mariana e Diamantina.

Na soma das 853 cidades, os crimes violentos caíram 37%, com ocorrências passando de 2.071 no Carnaval de 2017 para 1.306 em 2018. Já os registros de roubo tiveram redução de 40,5%, passando de 1.835, em 2017, para 1.090, em 2018. O furto consumado teve queda de 37,8%, passando de 5.810 em 2017, para 3.612, em 2018. O delegado assistente da Polícia Civil, Alessandro Amaro da Matta, destacou as ações conjuntas e empenho da Polícia Civil para evitar crimes como assédio e homicídios. “A Polícia Civil deu todo suporte execução das ações durante o Carnaval”, disse.

Além disso, cerca de 2.000 policiais militares foram empregados no policiamento de trânsito rodoviário ao longo de 30 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais delegadas sob a responsabilidade do Estado. Houve redução no número de ocorrências de acidentes com e sem vítimas nas estradas mineiras. Foram registrados 86 acidentes sem vítimas em 2018 contra 171 em 2017 (queda de 50%). As ocorrências de acidentes com vítimas passaram de 228 em 2017 para 163 em 2018 (queda de 28,5%). Já o número de ocorrências de acidentes com vítimas fatais subiu de 18 para 21.

Corpo de Bombeiros

O Corpo de Bombeiros Militar ampliou o efetivo no Carnaval de 2018 e observou redução de 40% no número de ocorrências atendidas. Enquanto em 2017 foram 3.909 atendimentos durante o Carnaval, em 2018 foram 2.420. Neste ano, cerca 4 mil militares estiveram de prontidão nas cidades mineiras.

Para o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Eduardo Ângelo, o planejamento antecipado das ações foi o diferencial para garantir a segurança dos foliões. “Nosso planejamento começou em novembro, ou seja, com quase quatro meses de antecedência. Os bons números que nós conseguimos este ano são em função deste planejamento antecipado”, disse.

Por: Agência Minas

Fotos: Marcelo Sant'Ana

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