Cerca de 250 pessoas participaram, nesta quinta-feira (22/11), do primeiro Encontro de Orientação em Dependência Química para Familiares e Usuários de Álcool e Outras Drogas, promovido pela Subsecretaria de Políticas Sobre Drogas (Supod), da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Durante o evento, realizado no auditório do Centro de Referência Estadual em Álcool e outras Drogas (Cread), familiares e representantes de comunidades terapêuticas assistiram palestras com especialistas da área da saúde e puderam conhecer mais sobre a temática da dependência química.

Na avaliação da subsecretária de Políticas Sobre Drogas, Cláudia Gonçalves Leite, o encontro foi muito positivo por ter possibilitado o aprofundamento de questões que as pessoas que convivem com usuários muitas vezes desconhecem. “A dependência química é uma pandemia; não está concentrada em uma só região e não atinge só o dependente, mas a sociedade de uma forma geral. Por isso é importante falar sobre o assunto e capacitar também os familiares”, explica. “Estamos falando de uma doença, um problema de saúde pública que as pessoas precisam compreender”, completou Cláudia, ressaltando que a ideia é fazer esse encontro anualmente.

Evento Cread 2

Durante toda a manhã, os participantes assistiram palestras sobre transtornos psiquiátricos, constelação familiar, atenção básica de saúde e codependência. Entre os palestrantes estavam o psiquiatra Aloísio Andrade de Freitas, presidente do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas (Conead), a psicóloga com formação em coaching/constelação familiar Luciana Fonseca Koroth, o psicólogo João Francisco de Souza Duarte, coordenador do Amor Exigente da Regional de Belo Horizonte, e a psicóloga Heliana Fonseca do Amaral, especialista em Dependência Química e sócia-proprietária da Gênesis - Centro de Tratamento da Dependência Química.

Escola também é lugar de prevenção

A última quinta-feira também foi dia de ações de prevenção ao uso de álcool e outras drogas em escolas da rede estadual de ensino. Pela manhã, cerca de 300 alunos do 7º ao 9º ano da Escola Estadual do Instituto Agronômico, no Horto, participaram de mais uma edição da Maratona da Prevenção. O projeto busca, por meio de ações lúdicas, informar os estudantes sobre os problemas causados pelo uso álcool e outras drogas, além de fortalecer a cultura do esporte como forma de prevenção.

“Palestras para um público mais jovem não funcionam tão bem, então criamos os circuitos. Por meio das atividades da gincana, conseguimos fazer um paralelo com o dia a dia desses estudantes, apresentando atitudes e comportamentos que podem levar ao caminho do uso de drogas”, explica Júlio César de Oliveira, diretor de Projetos Temáticos de Prevenção ao Uso Nocivo de Drogas, da Supod.

A Maratona da Prevenção seguirá com ações semanais em colégios da rede pública de ensino até o início das férias escolares. Além de Júlio César, também participaram da ação da última quinta-feira Lucas Hoffman, Mateus Januzzi e Valéria Castro, da equipe da Supod.

Maratona de prevenção 6

Fatores de risco e de proteção

Ao longo da semana, cerca de 220 estudantes da Escola Estadual Três Poderes, no bairro Itapoã, participaram de uma roda de conversa também com o objetivo de trabalhar a prevenção ao uso de álcool e outras drogas. Os encontros, realizados na terça, quinta e sexta-feira, foram feitos com alunos do Ensino Médio.

“Fazemos um trabalho de perguntas e respostas sobre as drogas, e depois uma dinâmica que estimula a reflexão dos próprios alunos sobre quais são os fatores de risco e os fatores de proteção com relação ao uso de entorpecentes”, detalha a psicóloga e especialista em psicologia da educação Suely Azevedo, analista da Supod. “É uma roda mais interativa. Especialmente na sexta-feira, os estudantes se envolveram na dinâmica e participaram de forma muito produtiva”, conta.

Dentre as temáticas abordadas com os alunos está o bullying. A ideia é despertar o interesse dos estudantes pelo que é diferente e estimular o respeito às diversidades. “Não é só uma coisa que leva ao uso de drogas, mas várias”, explica Suely. Segundo a subsecretária Cláudia Leite, as ações nas escolas trazem resultados significativos no trabalho com os jovens: “Por meio desses projetos, os alunos também têm a oportunidade de falar e se expressar”.

Além da Escola Estadual Três Poderes, o projeto da roda de conversa já foi realizado em outras três instituições de ensino: Escola Municipal Aurélio Pires, Instituto de Educação de Minas Gerais e Escola Estadual Anita Brina Brandão. No próximo dia 4 de dezembro, o Lar dos Meninos São Vicente de Paula, no Olhos d’Água, também vai receber a ação.

Texto: Luiza Muzzi

Fotos: Divulgação/Sesp

Enviar para impressão