Prevenir, em todas as áreas, é sempre a melhor solução. Na luta contra o crime, os números mostram que os programas de prevenção à criminalidade desenvolvidos pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) vêm surtindo efeito. Somente em Betim, na Região Metropolitana, houve uma redução de 27,5% na morte de jovens de 12 a 24 anos nas áreas de atuação dos programas Fica Vivo! e Mediação de Conflitos, na comparação janeiro a outubro de 2017 com 2018. A faixa de redução de mortes coincide com a atendida pelo Fica Vivo!.

Os dados da queda de homicídios em Betim estão sendo apresentados nesta quinta-feira, 29.11, no “Fórum Prevenção e Integração no contexto da Segurança Pública” realizado no município pela Prefeitura. A subsecretária de Prevenção à Criminalidade da Sesp, Andreza Gomes, realiza palestra e vai detalhar a atuação dos quatro programas da Prevenção - Fica Vivo!, Mediação de Conflitos, Programa de Inclusão de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp) e Central de Penas e Medidas Alternativas (Ceapa).

andreza seminario betim

“Betim apresentou, historicamente, taxas elevadas de homicídios dolosos. Nesse momento, é importante apresentar à sociedade o impacto positivo que os Programas de Prevenção à Criminalidade do Estado alcançaram no município, especialmente a redução dos homicídios nos territórios mais violentos”, ressaltou a subsecretária.

Segundo município com maior número de Centros de Prevenção à Criminalidade (CPC) em Minas, quatro ao todo, além de um Centro de Alternativas Penais e Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (CAPIE), Betim vem mostrando que o investimento tem valido a pena. De acordo com a subsecretária de Prevenção à Criminalidade da Sesp, isso acontece porque a política é construída através do diálogo com os moradores dos territórios de atuação. “É uma política voltada para o público e construída com o público. Esse é o grande ganho da prevenção em Minas”, destaca Andreza.

Daniel de Souza, 17 anos, é morador do Citrolândia, uma das regiões que possui CPC em Betim. Ele participou durante cinco anos da oficina de patinação que é disponibilizada pelo Fica Vivo! na região. Hoje, graças à sua participação, ele está fazendo um curso profissionalizante no Senai em uma das 20 vagas em que a instituição oferece bolsas para jovens do programa.

Para ele, o objetivo das oficinas vem sendo cumprido. “Tinha amigos que se envolveram com a criminalidade e que depois de participarem das oficinas seguiram por outros caminhos na dança de rua, no futsal e no grafite. Hoje, alguns são, inclusive, oficineiros e servem de exemplo pra quem está começando”, contou.

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 Os programas de prevenção

O Fica Vivo! tem como objetivo controlar e prevenir a ocorrência de homicídios em áreas com altos índices de criminalidade violenta no Estado, melhorando a qualidade de vida da população. Realiza atendimento psicossocial e encaminhamento para a rede de serviços públicos, além de oferecer cerca de 40 oficinas de esportes, arte e cultura. Em Betim, o programa atende uma média de 1.100 jovens por mês, na faixa etária de 12 a 24 anos.

Também presente em Betim, o Mediação de Conflitos atende uma média de 1.400 pessoas por mês e promove resolução pacífica de conflitos sociais. Por meio do programa, brigas entre vizinhos, pais, filhos, cônjuges e demais questões familiares são solucionadas através do diálogo, sem a necessidade do uso da violência.

Além do Fica Vivo! e Mediação de Conflitos, a Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade desenvolve em Betim os programas Ceapa e PrEsp. O PrEsp trabalha com o intuito de favorecer o acesso a direitos e promover condições de inclusão social de egressos do sistema prisional, minimizando as vulnerabilidades relacionadas a processos de criminalização e agravadas pelo aprisionamento. Em 2018, de janeiro a outubro, o PrEsp realizou, em Betim, mais de 700 atendimentos a egressos e teve 263 novos inscritos trabalhando uma nova trajetória de vida.

Já a Ceapa trabalha com a responsabilização de pessoas que cometeram pequenos delitos e busca o fortalecimento e consolidação das alternativas à prisão no Estado. De janeiro a outubro desse ano, o programa realizou 1.110 atendimentos e aproximadamente 320 encaminhamentos para cumprimento de alternativas penais.

Texto: Poliane Brandão

Fotos:Divulgação Prefeitura de Betim e Marcelo SantAna/Imprensa MG