Cerca de 150 brinquedos produzidos em madeira e linha de crochê, todos feitos por presos do Presídio de São Joaquim de Bicas II, foram entregues nesta terça-feira (17/3) para crianças da Creche São Tarcísio, instituição pública situada no município da unidade prisional, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A fabricação dos brinquedos é um projeto desenvolvido com o apoio do Conselho da Comunidade da Comarca de Igarapé, da Vara de Execuções Penais da Comarca e da Pastoral Carcerária.

Na confecção das peças de madeira — trenzinho, basquete e carrinho giratório —, trabalharam quatro presos e, para a produção dos amigurumis, foi instituída uma força-tarefa de 15 presos, devido ao tempo e à complexidade da fabricação. Amigurumi é uma técnica japonesa para produzir bonecos ou animais de tricô ou crochê.

Para o diretor de Atendimento do Presídio de São Joaquim de Bicas II, Fábio César, a doação significa uma grande conquista para os servidores da unidade e para os detentos que participam do projeto. “A ação ajuda a tirar um pouco o estigma de que os presos representam apenas despesas para o Estado e não trazem nenhum tipo de retorno para a sociedade. Precisamos acreditar e investir nas possibilidades de transformação das pessoas privadas de liberdade”, explica o diretor.

Empresas parceiras do sistema prisional fizeram a doação de palets e sobras de compensados para a fabricação dos brinquedos de madeira, que foram doados com aqueles feitos de linha de crochê, para as 178 crianças da Creche São Tarcísio.

Marcenaria

A produção de brinquedos de madeira começou em setembro de 2019, com ferramentas e maquinários oferecidos pelo Conselho da Comunidade de Igarapé. Em dezembro do ano passado, houve doações para uma instituição de Esmeraldas e para a Pastoral Carcerária, que ficou com a responsabilidade de distribuir os brinquedos.

Os presos trabalham na oficina de 8h às 16h e recebem remição de pena, ou seja, para cada três dias de atividades, é reduzido um na pena. Eles são acompanhados e orientados pela Gerência de Produção e pela Diretoria de Atendimento e Humanização do presídio.

A qualidade da produção já é reconhecida pelo Conselho da Comunidade da Comarca de Igarapé. Quem garante é a prestadora de serviços do Conselho, Angelita Mercês. “Encomendamos uma nova quantidade brinquedos, que serão destinados ao Abrigo de Igarapé. A população pode passar a ver a unidade prisional com outros olhos, pois os presos têm capacidade de trazer benefícios para a comunidade”, sustenta.

Texto: Bernardo Carneiro

Fotos: Divulgação Sejusp

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