Minas Gerais vai contar com a participação de 20 unidades prisionais e cerca de 200 detentos na fabricação de máscaras de proteção contra a propagação do coronavírus (Covid-19). Diariamente, é esperada uma produção de, em média, 22 mil máscaras descartáveis de prevenção, todas confeccionadas por detentos do estado. As máscaras serão direcionadas para uso da população e das forças de segurança estaduais. A previsão é de que até a próxima semana todo o contingente já esteja envolvido na fabricação das peças.

No Complexo Penitenciário de Ponte Nova, na Zona da Mata, a tarefa começou nesta terça-feira (24/3), com 12 presas executando o trabalho. Como nas demais unidades prisionais de Minas, corte, montagem e costura dos equipamentos utilizados por quem tem sintomas do Covid-19 seguem parâmetros de confecção da Vigilância Sanitária. Inicialmente, a unidade deverá confeccionar cerca de 4.000 máscaras por semana. O material será entregue para os hospitais Arnaldo Gavazza Filho e Nossa Senhora das Dores, ambos na cidade da Zona da Mata, e ainda para servidores do Departamento Penitenciário que atuam na unidade.

Os insumos necessários para a produção em Ponte Nova - TNT e linha - foram doados pela prefeitura e empresários da região. A confecção envolve ainda oito máquinas de costura, algumas da unidade prisional, e outras emprestadas por parceiros. 

Para a diretora de Atendimento do Complexo Penitenciário, Aline Araújo, este trabalho representa uma ação muito importante, que será estendida a outras regiões. “Estamos recebendo ajuda para poder ajudar o próximo. Faremos tudo que estiver ao nosso alcance”, relata.

A atitude visa possibilitar a diminuição da curva de contágio da doença em relação ao tempo, proporcionando material de combate ao alastramento da pandemia. Vale destacar que todo o trabalho está sendo desenvolvido com as medidas de segurança recomendadas.

Em Juiz de Fora, também na Zona da Mata, a camisaria Chico Rei começou nesta quarta-feira (25/3) a produção dos materiais na Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires. Cinco internos e costureiros que atuavam na confecção de camisetas no local agora vão produzir máscaras para quem atua na limpeza urbana do município e na unidade prisional.

Caxambu

No Sul de Minas, o Presídio de Caxambu começa na quinta-feira (26/3) a produção de máscaras descartáveis, com a utilização da mão de obra de 15 presas, profissionais do ramo de confecção. Experiência e habilidade é o que não faltam nestas mulheres. Atualmente, elas fabricam por mês 5.800 camisetas masculinas do uniforme de presos. Para tanto, o local dispõe de 20 equipamentos industriais, dentre máquinas de corte, overloque, interloque, reta e galoneira. 

A diretora-geral do presídio, Alessandra Duarte, avalia que se depender da disposição das presas e estrutura do local, será confeccionado um número significativo de máscaras. "Estamos todos unidos no combate ao coronavírus: servidores, comunidade e detentas. Nesta situação de pandemia, o sistema prisional de Minas Gerais também tem recursos para ajudar”, afirma.

Texto: Bernardo Carneiro

Fotos: Divulgação Sejusp

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