As atividades escolares foram retomadas no Centro Socioeducativo de Governador Valadares, na região do Rio Doce, por meio de videoconferências, desde o fim de maio. Assim, além das aulas oferecidas pela Secretaria de Estado de Educação, os adolescentes em medida de internação têm a chance de tirar dúvidas e compartilhar reflexões ao vivo com os seus professores.



A iniciativa é fruto de esforços conjuntos dos profissionais da Escola Estadual São Francisco de Assis e dos servidores da unidade socioeducativa. Ao todo, sete turmas vêm sendo atendidas, com quatro aulas por dia cada, ministradas no período da manhã. São ofertadas as disciplinas regulares dos ensinos fundamental e médio.

O diretor geral da unidade, Renato Batista, ressalta a relevância da educação na ressocialização dos jovens. “O ambiente escolar é fundamental para o cumprimento dos eixos da medida socioeducativa. Temos optado, nesse cenário de pandemia, por nos reinventar, buscando as melhores estratégias para garantir um ensino de qualidade, em que os adolescentes possam interagir com os educadores, de forma participativa”, afirma.

Adaptação

Conforme o agente de segurança socioeducativo Leno Cesar de Souza, a adaptação à metodologia online exigiu paciência, cooperação e flexibilidade das equipes e dos alunos comprometidos. "Já é possível notar alguns pontos de evolução do processo. De maneira geral, os jovens têm se esforçado para se adequar ao novo método. Acredito que, em pouco tempo, estaremos ainda mais afinados", relata.

Já a diretora da escola, Fernanda Oliveira, destaca os desafios encarados na prática. "Temos trabalhado para garantir as devidas adequações nos espaços e equipamentos, para que os alunos acessem diariamente videoaulas com os conteúdos da matriz curricular. Com muito empenho, conseguimos obter êxito em nossos trabalhos", avalia.

Desempenho

A plataforma digital escolhida para a monitoria educacional permite a realização de encontros virtuais dinâmicos, com exposição de vídeos, imagens, gráficos e outras ferramentas pedagógicas que contribuem para o processo de ensino e aprendizagem. Todos os adolescentes da unidade estão envolvidos na ação.

Dessa maneira, os estudantes ficam mais seguros e aptos a executar o Plano de Estudo Tutorado (PET), que é parte estruturante do Regime de Estudo não Presencial, adotado pela Secretaria de Estado de Educação. O desempenho de exercícios entregues em apostilas impressas valida o cumprimento da carga horária de aulas.

Para o jovem Leandro Nunes*, conhecimento nunca é demais. "O estudo é essencial para a realização dos nossos sonhos. Por isso, agradeço a oportunidade de estudar em meio a esta crise", diz. Ele acrescenta que, para o sucesso das lições virtuais, foi necessária a dedicação de alunos e professores em prol de um objetivo comum: a educação.

*Nome fictício para preservar a identidade do adolescente, conforme recomendação do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Texto: Paula Machado

Fotos: Divulgação Sejusp