As primeiras ações da operação "Divisas Integradas III", até às 18 horas desta quinta-feira (29/10), já resultaram em 7,3 toneladas de drogas apreendidas e 832 pessoas presas. Os trabalhos foram deflagrados simultaneamente em Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, estabelecendo um marco de integração e parceria entre as polícias dos quatro Estados. As atividades têm como objetivo reforçar o combate ao crime organizado e ao narcotráfico.

Em Minas Gerais, até o momento, foram efetuadas 301 prisões e apreendidos 19 armas, 63 kg de drogas e 240 objetos. A operação ocorre desde o último sábado (24) na região do Triângulo Mineiro. Estão sendo empenhados, apenas em solo mineiro, três mil policiais, mil viaturas, seis drones e duas aeronaves.

“A integração das forças de segurança é um caminho sem volta e Minas Gerais está mergulhada nisso profundamente”, disse o subsecretário de Inteligência e Atuação Integrada, da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), general Ramon Marçal da Silva, durante entrevista coletiva realizada em São Paulo. Segundo o subsecretário, das 301 prisões realizadas no estado, três foram recapturas importantes de indivíduos de alta periculosidade que estavam foragidos há muito tempo. Segundo Marçal, “se não fosse pela integração, os indivíduos não teriam sido localizados”.

A importância da integração e da troca de informações de inteligência entre estados também foram assuntos destacados pelos secretários de segurança pública de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, que, juntamente com Minas Gerais, estiveram reunidos nesta tarde na capital paulista para acompanhar os desdobramentos e resultados da operação no dia D. "Isso é um sonho, um trabalho que vai ao encontro do maior bem que a população busca: a segurança dela própria. Nós continuaremos com essas ações porque onde há integração o crime cai. Integrar é o verbo de comando", disse o secretário da Segurança Pública de São Paulo, general João Camilo Pires de Campos.

Para o secretário de Justiça e Segurança Pública do Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Videira, "quando se realiza uma operação dessa envergadura, potencializamos nossos meios e aumentamos a sensação de segurança não só na nossa fronteira e Estados envolvidos, mas também em outras regiões". A opinião sobre a importância da integração não é diferente no Paraná. "Como fruto desse trabalho [integrado], nossas inteligências estão cada vez mais afinadas", afirmou o coronel Rômulo Marinho Soares, secretário da Segurança Pública do estado.

Cerca de 20 mil policiais dos quatro territórios, agentes do Exército Brasileiro, da Marinha e demais órgãos federais estão empenhados nos trabalhos que devem se estender até o início de novembro. As ações preventivas, ostensivas e para cumprimento de mandados judiciais são realizadas ao longo das divisas das unidades federativas. Para isso, são empenhadas 6.770 viaturas, 17 aeronaves, 17 drones, 142 cães e 91 embarcações.

Além das prisões e das drogas recolhidas, até o momento a operação já possibilitou a apreensão de 350 mil maços de cigarros, 58 armas de fogo e 13,7 mil outros materiais ilícitos. Também foram recuperados 21 veículos produtos de roubo ou furto.

Participam da operação, além das secretarias já citadas, as respectivas polícias Militar, Civil e Técnico Científica, bem como o Corpo de Bombeiros Militar e Departamentos de Inteligência. No âmbito federalista, estão integrados o Exército Brasileiro, a Marinha do Brasil, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Texto: Flávia Santana

Fotos: Dirceu Aurélio/Divulgação Sejusp