De três lagoas localizadas na fazenda da Penitenciária de Ribeirão das Neves I - José Maria Alkimin saíram mais de 50 kg de peixes que vão direto para as mesas de famílias atendidas pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) do município. As tilápias e traíras cresceram naturalmente, sem custo de criação, nos lagos da unidade prisional. Quatro presos que atuam em atividades agrícolas da penitenciária realizaram a despesca, nesta quarta e quinta-feira, 11/8 e 12/8.

Para o diretor-geral da penitenciária, Marcelo Marshal Junior, estas ações são relevantes pois, ao mesmo tempo em que os presos estão trabalhando, a unidade prisional está fazendo importante trabalho social. “Neste momento de pandemia, isso é um pouco do que nós da penitenciária podemos fazer para ajudar quem está precisando. A Apae é uma instituição muito séria e comprometida, e nos sentimos muito gratos em poder contribuir de alguma forma”, relata Marshal.

Os alimentos serão entregues para famílias que são atendidas pela Apae de Ribeirão das Neves, atuante desde 1996 na região com um acolhimento de cerca de 300 famílias. A presidente da associação, Maria José Carneiro, foi pessoalmente buscar os peixes, e a alegria e a gratidão estavam estampadas em seu rosto por conseguir levar o alimento para tantas famílias necessitadas.

"Para nós que representamos essas famílias é muito gratificante, e importante, fazer essa parceria e ver que ainda existem pessoas boas que abraçam a causa conosco e nos fazem acreditar que dias melhores virão", comemora Maria José. "A visão que as pessoas têm da segurança hoje está mudando, é diferente de antes. E a gente leva essa informação para a população: uma penitenciária que abraça a causa, são pessoas querendo ajudar. Com isso, a população passa a acreditar que vale a pena tentar e conquistar mais”.

Projetos Futuros

A Penitenciária de Ribeirão das Neves I é a mais antiga e maior do Estado em termos de território, com mais de mil hectares, além de ter dentro do seu terreno a maior reserva de Mata Atlântica de Ribeirão das Neves. A unidade foi construída nos formatos de uma colônia agrícola, onde os presos podem trabalhar em atividades de agricultura, agropecuária e piscicultura, e toda a produção é encaminhada para bancos de alimentos e instituições de caridade.

A nova gestão da penitenciária pretende retomar parte dessa produção e um dos lotes da unidade prisional já está sendo preparado para instalação de uma nova horta. Segundo o diretor de Atendimento da penitenciária, Carlos Alexandre Gonçalves, ainda neste ano será possível fazer novas doações. "Temos este propósito e queremos voltar a ter uma produção agrícola aqui, como foi no passado, para doar e ajudar instituições. Ficamos muito satisfeitos em poder disponibilizar esses alimentos para a Apae, que é uma instituição que merece muito e faz um trabalho importante aqui na cidade", diz. "A intenção é aumentar a produção e ajudar ainda mais outros trabalhos sociais que tanto precisam desse apoio".

Texto: Fernanda de Paula

Fotos: Tiago Ciccarini

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