Aeronaves remotamente pilotadas, conhecidas como drones, serão usadas em breve pela Guarda Civil de Contagem, na proteção da flora e fauna de áreas ambientais do município, na segurança de eventos e demais atividades inerentes à instituição. Para os guardas civis operarem estes equipamentos, eles estão passando por uma habilitação ministrada nesta semana por policiais penais do Grupamento de Patrulha Aérea (Gpaer) do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG).

As 24 horas-aulas, incluindo parte teórica e prática, são realizadas na base do Gpaer, em uma casa situada ao lado da Penitenciária de Ribeirão das Neves I (José Maria Alkimin), que em um passado bem distante servia de residência para o diretor da unidade prisional. O local dispõe de sala de aula, alojamento para os policiais penais, ambientes adequados para a guarda e manutenção dos equipamentos.

Destaque para o ponto de decolagem e pouso dos drones, devidamente sinalizado, como se fosse um heliponto. Na tradução do inglês, drone é zangão, um abelhão. Para quem já viu um em funcionamento, principalmente os equipamentos profissionais, é fácil de entender o motivo do nome. Eles emitem uma espécie de zumbido. Dá para imaginar, portanto, oito drones subindo e descendo, quase ao mesmo tempo, neste local, durante o treinamento dos guardas.

O policial penal e coordenador de Operações com Aeronaves Remotamente Pilotadas do Depen-MG, Cassimiro Fernandes, considera o curso para os guardas civis uma importante integração entre os operadores de segurança pública. “Quando ensinamos estamos sempre aprendendo também. Ficamos felizes de transmitir nossos conhecimentos na operação com drones e ainda trocarmos vivências, técnicas e capacidades”, reflete.

A Prefeitura de Contagem enviou nove homens e duas mulheres da Guarda Civil à capacitação, que segue normas do Manual do Comando da Aeronáutica (MCA 56-3) para “aeronaves não tripuladas para uso em proveito dos órgãos ligados aos governos federal, estadual e municipal”. O curso oferece aulas práticas durante o dia e à noite, quando os alunos podem conhecer e usar a câmera termal. Esta tecnologia permite localizar pessoas, animais e quase todos os objetos e materiais, mesmo em total escuridão, a partir da detecção da temperatura, transformando-os em imagens e vídeos.

Um dos alunos do curso é a subcomandante da Guarda Civil de Contagem, Anita de Carvalho. Ela conta que a instituição possui dois drones, sendo que um foi comprado e o outro doado, mas a intenção é que novos equipamentos sejam adquiridos. “A Guarda Civil sempre busca inovações tecnológicas para melhorar cada vez mais a segurança do cidadão. Vamos continuar atuando de forma integrada com as forças de segurança municipais, estaduais e federais. Será uma ferramenta de grande valia no nosso trabalho, principalmente na proteção de áreas ambientais”, reforça Anita, a primeira mulher a ocupar o posto de subcomandante da Guarda de Contagem.

Novos pilotos

Cento e vinte policiais penais de Minas também estão sendo habilitados para se tornarem pilotos de drones. No momento eles cursam, em aulas no ensino a distância, 114 horas-aula teóricas, e na próxima semana iniciam as 40 horas-aula da parte prática, que serão dadas em várias turmas, devido ao número de alunos.

Para estes novos pilotos são aplicadas as normas do Manual do Comando da Aeronáutica 56-4. Os zangões, como são denominados os equipamentos pelos operadores do Sistema Prisional, têm contribuído para aumentar a segurança das unidades prisionais, ajudar na localização de presos em fuga, prevenir ocorrências de segurança e ainda auxiliar na atuação em situações de crise.

Os policiais penais deste curso estão lotados em unidades distribuídas por todas as Regiões Integradas de Segurança Pública (Risps) de Minas Gerais.

Serviço:

Instituições públicas interessadas em receber treinamento pelo Gpaer podem enviar e-mail para coarpensino@seguranca.mg.gov.br

Texto: Bernardo Carneiro

Fotos: Tiago Ciccarini/Ascom Sejusp