Contribuir para a responsabilização do adolescente em cumprimento de medida de internação, fazendo com que ele se sinta mais produtivo e adquira novos conhecimentos. Este é um dos objetivos de uma das oficinas oferecidas pelo Centro Socioeducativo de Uberlândia, no Território Norte, que trabalha noções de horticultura e jardinagem com cerca de 50 adolescentes acautelados no local.

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A ação é uma parceria entre o Centro Socioeducativo e a Escola formal que existe dentro da unidade, da Secretaria de Estado de Educação (SEE). De acordo com a direção do centro, a escolha dos participantes foi feita a partir do interesse e das habilidades específicas de cada um dos interessados. Os jovens são divididos em turmas de até cinco alunos e se revezam diariamente no cuidado com o jardim e a horta de onde cumprem internação. As aulas acontecem de segunda a sexta-feira, durante as manhãs e tardes.

A oficina possui carga horária de quatro horas e possui aulas teóricas e práticas. Os alunos aprendem sobre aproveitamento das hortaliças, armazenamento da produção, além de aspectos fisiológicos das plantas, por exemplo. Já nas aulas práticas, o foco são as ações de manejo e de colheita.

Na avaliação do diretor da unidade, Gilson Gonçalves Rodrigues, os ensinamentos da oficina vão muito além do simples plantar e colher. “Os adolescentes adquirem mais responsabilidade no cumprimento da medida socioeducativa e durante os estudos, além de aprenderem um ofício que pode ser aproveitado quando eles estiverem de volta ao convívio com sociedade”, afirma.

Esse é o caso de Arthur Santos*, que está há dois anos e dois meses na unidade e tem previsão de desligamento nos próximos quatro meses. Ele conta que aprendeu a cortar a grama, plantar mudas, ter uma alimentação saudável, além de outras atividades.

“Assim, quando sair daqui, posso arrumar um emprego em uma empresa de jardinagem”.

Trabalho que cresce

O trabalho da oficina que hoje é de horticultura e jardinagem do Centro Socioeducativo de Uberlândia começou ainda em 2016, de forma tímida. Nos primeiros meses, eram apenas dois adolescentes, ensinados por agentes socioeducativos a plantar mudas de coqueiros. Após ver o trabalho dos colegas, outros garotos demonstraram interesse e assim, as aulas foram sendo ampliadas.

*Nome fictício para preservar a identidade do adolescente, segundo determinação do ECA

Por: Lara Nassif

Fotos: Divulgação SESP