Para debater aspectos relacionados à inclusão dos egressos do sistema prisional na sociedade, cerca de 150 pessoas reuniram-se na manhã desta sexta-feira (28/6), no auditório da Prefeitura de Santa Luzia. O seminário “Mobiliza PrEsp – O egresso no cotidiano social”, promovido pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), por meio da Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade (Supec), em parceira com a Prefeitura de Santa Luzia, possibilitou o diálogo sobre contexto vivenciado pelos egressos do sistema prisional no que diz respeito aos desafios, obstáculos e oportunidades que podem surgir com a retomada da vida em liberdade.

Dentre os presentes, estavam autoridades municipais, estaduais, policiais civis e militares, guardas municipais e demais membros da rede local, como CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), além de membros da sociedade civil.

Durante a abertura, a subsecretária de Políticas de Prevenção à Criminalidade da Sesp, Andreza Gomes, discorreu sobre a importância do uso de diversas ferramentas para a redução dos índices criminais. “A segurança pública não é feita somente com repressão. Temos que atuar com múltiplas estratégias e a política de prevenção faz isso. Uma delas é o Programa de Inclusão de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp), que vem construir com esse público, a partir das trajetórias e das particularidades de cada um deles, uma nova história de vida”, destacou a subsecretária.


O evento buscou ainda demonstrar a importância do trabalho realizado em parceria com a rede de serviços do município, que contribui para minimizar fatores de exclusão e estigmas pelas quais passam as pessoas que vêm do sistema prisional. É o que destacou o secretário municipal de Segurança Pública, Trânsito e Transportes de Santa Luzia, Islande Batista: “O PrEsp trabalha para diminuir a reincidência criminal, mas ele sozinho não consegue. Todos nós temos responsabilidade. Precisamos dar oportunidade aos egressos. Temos o dever de ressocializá-los”.

Adriana Brito, gestora social do Centro de Prevenção a Criminalidade São Benedito – Santa Luzia, uma das unidades de prevenção do Estado, geridas pela Supec, explica que o egresso muitas vezes chega ao programa com as marcas do sistema prisional e sai de lá de forma totalmente diferente “Eles chegam de cabeça baixa, com as marcas do estigma, mas aqui nossas equipes os acolhem, buscam saber suas demandas e suas trajetórias de vida”, disse. E acrescentou que a intenção não é fazer por eles, mas com eles. “Queremos ajudá-los a organizar a própria vida. Nós explicamos o caminho para o mercado formal ou para o empreendedorismo, possibilitamos os cursos, as formações, fazemos os encaminhamentos para o CRAS, o CREAS ou unidades de saúde. Quando percebem que já conseguem caminhar sozinhos, ocorrem os desligamentos”.

Ao final do evento, dois ex-participantes do programa contaram as suas histórias de vida e o quanto o PrEsp e os cursos ofertados contribuíram para a ressocialização e na busca pela mudança de vida.

PrEsp

O programa trabalha com indivíduos que sofreram processos de criminalização e cerceamento de liberdade. Tem por objetivo favorecer o acesso a direitos e promover condições para a inclusão social de egressos do Sistema Prisional, minimizando as vulnerabilidades relacionadas a processos de criminalização agravadas pelo aprisionamento.

Busca, ainda, contribuir para o fortalecimento de vínculos familiares e de apoio sociocomunitário.

Texto e fotos: Lara Nassif