Cerca de 70 adolescentes do Centro Socioeducativo (CSE) Santa Clara, em Belo Horizonte, receberam, na última terça-feira (12/11), a visita do projeto Carro-Biblioteca. A iniciativa, criada há mais de 50 anos, é um serviço de extensão da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, que funciona como uma biblioteca móvel com o objetivo de garantir o acesso à leitura a pessoas que não podem se deslocar até uma biblioteca convencional.
Por meio da iniciativa, que esteve pela primeira vez no CSE Santa Clara, jovens com idade entre 14 e 17 anos tiveram acesso a obras infanto-juvenis, clássicos da literatura brasileira e estrangeira, revistas de atualidades e livros do ensino fundamental.
Além dos livros do Carro-Biblioteca, a unidade socioeducativa já participa de outro serviço de extensão de leitura, a Caixa-Estante. Realizado por meio de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e a Secretaria de Estado de Cultura, o projeto funciona como uma estante de livros, que comporta cerca de 100 exemplares selecionados e trocados periodicamente pela equipe gestora. Nessa seleção, que considera o público da instituição a ser atendida, também são aceitas sugestões dos internos.
Para o diretor-geral do Centro Socioeducativo Santa Clara, Júlio César Gomide, os projetos têm motivado os adolescentes, ampliando seu campo de visão. “Eles estão sempre discutindo as obras com os técnicos, o que contribui para a ressocialização”, destaca.
Inclusão pela leitura
Na Caixa-Estante, a Biblioteca Pública Estadual fornece os acervos e também capacita um profissional do centro socioeducativo para realizar a mediação de leitura, auxiliar os leitores na escolha de livros, oferecer sugestões e promover atividades culturais, como contação de histórias e encontros com autores.
De acordo com a coordenadora do serviço de extensão da Biblioteca Pública, Gildete Veloso, essas atividades de incentivo à leitura têm um impacto significativo na ressocialização dos adolescentes em cumprimento de medida soceioeducativa. “A importância da leitura é a inclusão social. A Caixa-Estante é sempre recebida com muito interesse, o que demonstra que a maioria gosta de ler, o que falta é a oportunidade”, ressalta.
Gildete explica que o projeto chega aonde não existe biblioteca. “A circulação dos livros é livre para todos que ali estão alocados. Nós fazemos ações que incentivam essa leitura, trazendo escritores, contadores de histórias e até mesmo apresentações teatrais. Os resultados são perceptíveis na interação com os jovens”, comemora.
Adesão ao projeto
Para pleitear uma Caixa-Estante, a instituição interessada deve entrar em contato com a Coordenação do Setor de Caixa-Estante da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, no e-mail cxe.sub@cultura.mg.gov.br ou pelo número (31) 3269-1229.
Texto e fotos: Marcella Fabrini - Estagiária sob supervisão de Luiza Muzzi
