Mais de 32 mil presos, 550 adolescentes em conflito com a lei e 6.800 servidores que atuam nas unidades prisionais e socioeducativas de Minas já foram vacinados contra a gripe Influenza A (H1N1) nos primeiros 20 dias da Campanha Nacional de Vacinação. A imunização é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem o diagnóstico de Influenza na triagem para casos de Covid-19 e é realizada, nos presídios, penitenciárias e unidades socioeducativas do Estado, por meio de uma ação da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) com a Secretaria de Estado de Saúde (SEE).

A ação faz parte do Programa Nacional de Imunização (PNI), promovido pelo Ministério da Saúde, cuja programação em Minas prevê a imunização de todos os servidores e todos os custodiados e adolescentes em cumprimento de medida até o final de maio, nas 195 unidades prisionais do Estado e nas 39 unidades socioeducativas de internação e semiliberdade. As doses estão sendo aplicadas pelas equipes de saúde prisional e socioeducativa com o apoio das equipes de saúde de cada município, quando necessário. Até momento, 81% das unidades prisionais já receberam doses da vacina e cerca de 70% dos jovens sob a tutela do Estado já foram imunizados. Aqueles que ainda não foram vacinados receberão a dose até o final da campanha, conforme o cronograma estipulado pela pasta.

Em todas as regiões do Estado a imunização está sendo realizada. O objetivo da Sejusp é que todo o sistema prisional e socioeducativo receba cobertura vacinal, sendo esta mais uma ação efetiva para garantir a saúde dos custodiados, adolescentes em cumprimento de medida e profissionais da linha de frente. A SES é parceira da Segurança nesta ação realizando as articulações necessárias com o Ministério da Saúde para garantir as doses da vacina para toda a população privada de liberdade, bem como os servidores. O quantitativo necessário das doses para cada etapa da vacinação é repassado pela Sejusp, por meio das Diretorias de Saúde dos sistemas prisional e socioeducativo, responsáveis pelo monitoramento e acompanhamento desta campanha.

Em Manhuaçu, na Zona da Mata mineira, servidores e presos receberam as doses contra H1N1 logo no primeiro dia de campanha. O diretor-geral Carlos Eduardo Amaral de Paula avalia que, “apesar de a vacina contra a Influenza não ter eficácia contra a Covid-19, a imunização é muito importante neste momento porque pode auxiliar os profissionais de saúde na exclusão de diagnóstico para a Covid-19, já que os sintomas iniciais das duas doenças são parecidos”.

Em Elói Mendes não foi diferente. A unidade prisional já vacinou todos os servidores e custodiados. Em um único dia todos os policiais penais e demais servidores das áreas administrativas e de saúde, além dos 30 custodiados, receberam a dose. O presídio é porta de entrada para novos presos da 6ª Região Integrada de Segurança Pública. Para evitar a contaminação por novos presos foram criadas 30 unidades de referência, como a de Elói Mendes, distribuídas em todo o território mineiro, que funcionam como centros de triagem e portas de entrada para novos detentos do sistema prisional.

Isso significa que todas as pessoas que forem presas em Minas Gerais estão sendo dirigidas para uma unidade específica em cada região e ficarão por um período de 15 dias, em quarentena e observação, evitando possível contágio caso fossem encaminhadas de imediato para outras unidades. Após a observação e atestada a sua saúde, elas são encaminhadas a novas unidades prisionais.

Para o diretor de Saúde e Atendimento Psicossocial do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), Jober Gabriel de Sousa, a realização da campanha de vacinação é extremamente importante para resguardar a população prisional de doenças que podem impactar no sistema imunológico tanto do preso quanto do servidor. “Neste momento é muito importante reduzir a incidência de casos de Influenza dentro do ambiente prisional para facilitar o diagnóstico para o novo coronavírus, se for o caso. Além disso, a cobertura vacinal é mais um demonstrativo da preocupação que temos em humanizar o atendimento ao preso e resguardar a saúde dos nossos profissionais, responsáveis pela custódia diária dos internos”.

Sintomas

Os principais sintomas da gripe H1N1 são febre, calafrios, tremores, dores de cabeça, dor de garganta e rouquidão, tosse seca e coriza. O diagnóstico é feito por avaliação clínica e exame laboratorial. A transmissão acontece pelo contato com pessoas infectadas, ao tossir, espirrar ou falar. Pode ser transmitida, ainda, por meio indireto pelas mãos, após contato com superfícies contaminadas por secreções respiratórias; e a higienização das mãos é uma das formas de prevenção.

Ações contra a disseminação da Covid-19 no ambiente prisional

A Sejusp tem adotado diversas medidas de prevenção ao Coronavírus no ambiente prisional, voltadas para a preservação da saúde e da vida dos profissionais de Segurança Pública e dos detentos que estão sob a custódia do Estado. São quatro as principais frentes de atuação:

Para evitar a disseminação do vírus por meio de contato com o público externo: as visitas foram suspensas, para evitar a circulação de pessoas externas, assim como a entrega, até então opcional, de kits suplementares contendo alimentos, remédios entre outros itens, para evitar a circulação de materiais contaminados. Destaca-se que esses itens continuam sendo fornecidos pelas unidades prisionais.

Evitar a contaminação por novos presos: foram criadas 30 unidades de referência, distribuídas em todo o território mineiro, que vão funcionar como centros de triagem e portas de entrada para novos detentos do sistema prisional. Todas as pessoas que forem presas em Minas Gerais irão para uma unidade específica em cada região e ficarão por um período de 15 dias, em quarentena e observação, evitando possível contágio caso fossem encaminhadas de imediato para outras unidades. Após a observação e atestada a sua saúde, serão encaminhadas a novas unidades prisionais.

Cuidados com quem já está preso: No caso de presos que já se encontram no sistema prisional, caso apresentem sintomas da Covid-19, o protocolo é o seguinte: isolamento imediato, realização de exames e tratamento conforme protocolo indicado pela Secretaria de Estado de Saúde.

Evitar o contágio via profissionais de segurança: As escalas de trabalho estão sendo dilatadas, de forma a diminuir a circulação desses profissionais intra e extramuros e equipamentos de EPI estão sendo distribuídos nas estruturas prisionais.

Texto: Flávia Santana

Fotos: Divulgação Sejusp