Um poço artesiano e a instalação de três caixas d’água trouxeram a solução para o antigo problema de desabastecimento enfrentado pelo Presídio de Janaúba, no Norte de Minas, nos tempos de seca na região, que vão de maio a outubro. Agora, graças a um poço artesiano localizado em terreno da prefeitura, e cedido por meio de um termo de parceria com o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen–MG), servidores e detentos não terão mais o inconveniente de fracionar o consumo de água, e há expectativa, ainda, de redução nas contas mensais.

O consumo de água enviada pela companhia que atende ao município deve reduzir cerca de 80%; portanto, o valor médio de R$40 mil por mês de conta, verificado de abril de 2020 a abril de 2021, deve baixar para cerca de R$8 mil. Há variações do consumo, de acordo com a época do ano, e será feito um acompanhamento da vazão do poço e do quanto ele pode suprir as necessidades do presídio.

A solução estava basicamente em apenas 100 metros de encanamento, que leva a água do poço até as três novas caixas do presídio, com capacidade total de 30 mil litros. O material para a realização desta obra, ainda não finalizada, foi comprado com recursos oriundos do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por meio de verbas pecuniárias.

A capacidade da unidade prisional é de 160 presos. Metade da unidade já está recebendo água do poço artesiano e a outra metade depende das obras que estão sendo realizadas e que devem ser finalizadas em breve. O diretor da unidade, Ednei José da Cunha, explica que estão sendo firmadas parcerias com a Prefeitura de Janaúba em diversas frentes. “A cessão do uso do poço artesiano é um anseio de muito tempo e que foi concretizado com sucesso. Ela vai impactar positivamente na redução de consumo de água tratada, onde poderemos direcionar esforços para aumentar a produção de nossos projetos sociais, como a horticultura, a piscicultura e em breve na fábrica de bloquetes de concreto”, detalha o diretor.

Obras

O Poder Judiciário destinou ao presídio R$450 mil de verbas pecuniárias, para uma reforma geral que inclui as celas, parte elétrica e hidráulica, e ainda as caixas d’água e toda a obra para a condução da água do poço artesiano. Tem sido utilizada mão de obra prisional nestes trabalhos de reforma e novas instalações. Somente na parte hidráulica são cinco presos trabalhando, fora os que atuam em outras áreas.

“Há muito tempo o Judiciário vem nos apoiando, mas com a destinação dessa verba, demos um passo importantíssimo para que a unidade prisional apresente melhores condições, tanto para os servidores quanto para os indivíduos privados de liberdade”, reforça o diretor Ednei José da Cunha.

Texto: Bernardo Carneiro

Fotos: Divulgação Sejusp